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domingo, 15 de dezembro de 2013

Battlefield 4 | Crítica



Battlefield 4
Battlefield 4 atualiza as novidades mostradas em seu antecessor. A beleza gráfica dos mapas, sejam eles na campanha ou multiplayer, ultrapassam os limites da atual geração de consoles, mas não escondem a superficialidade do roteiro. Entre desabamentos e bombardeios está uma guerra sem contexto, protagonizada por personagens rasos em situações com intuito de impactar apenas pela destruição dos cenários.
No meio dos tiroteios, as mecânicas da franquia consolidam, com poucos ajustes, o multiplayer deBattlefield como o mais completo da geração. A perfeição técnica da DICE se prova neste modo, onde a diversão é o objetivo final, sem preocupação com a narrativa ou imersão. Como seus concorrentes, Battlefield chega ao fim da geração como uma experiência calcada pelo sucesso de um modo de jogo e pela falta de criatividade em outro.

Na guerra, entre desmoronamentos e flares

A fotografia de Battlefield é tão bem cuidada quanto seus gráficos. Cada ângulo mostra um pôr-do-sol alaranjado, uma noite estrelada ou as luzes de uma cidade em destruição. Todos esses momentos são inclusos sem que as imagens soem artificiais ou pré-determinadas. Além disso, há um uso constante de flares, que viraram moda nos cinemas, e aqui ajudam a aumentar a perspectiva de espaço para fases. Essa beleza, porém, se limita aos cenários - prédios, casas e construções no geral inclusas. A não ser pelos personagens principais, os modelos parecem a torcida de FIFA - se não tivessem participação efetiva na história, tal defeito seria irrelevante, mas não é o caso.
Por outro lado, um quesito gráfico que ajuda na imersão de Battlefield 4 é a destruição do ambiente. Melhorando desde Bad Company, a engine da DICE agrega aos desmoronamentos uma sensação de perigo iminente - não há um abrigo que não possa vir abaixo. A insegurança promovida por tudo isso é o componente mais importante de toda a história do jogo; a guerra é sentida na 'pele', não há para onde fugir, a saída é fazer um planejamento e atacar o adversário. Com esse clima, o game sobrepõe a relação fútil entre os soldados e até o embate entre as nações. O contexto dos acontecimentos tem grande escala, mas resoluções são incongruentes com os problemas mundiais sugeridos.

Multiplayer: missão cumprida

Não há motivo para Battlefield 4 existir não fosse o multiplayer. Os defeitos da campanha são suprimidos neste modo que aproveita apenas o melhor do jogo. Com novos mapas, controles inalterados e mais opções de estratégias, a empresa entrega a melhor experiência do gênero na atual geração de consoles. Entre os locais inéditos destaca-se Paracel Storm, um misto de toda a evolução gráfica e capacidade do game em mudar a situação das partidas em tempo real. Além disso, a composição do mapa permite o uso intenso do planejamento de guerra, algo intrínseco à franquia.
Deixando de lado a atualização técnica, a novidade é o modo Commander, onde Battlefield torna o jogador um estrategista de guerra. As inúmeras possibilidades de ataque e defesa, atreladas a um sistema de recompensas, servem de incentivo para os mais inexperientes - ao mesmo tempo que possibilita uma nova abordagem do multiplayer para os experientes. Nos modos clássicos, o peso da destruição dos ambientes é replicada no porte de armas e tiroteios em geral. A diferenciação entre armas e munições ainda é exemplar, diferente do controle de alguns veículos, que ainda é travado em certas ocasiões.
Battlefield 4 evolui de forma modesta, o suficiente para impressionar. Enquanto o jogo dá um multiplayer cada vez mais completo, a campanha se torna aos poucos um modo descartável. A evidência disso se mostra na narrativa e personagens, sempre irrelevantes frente à loucura dos combates. Ao passo que outros gêneros exploram possibilidades diferentes de roteiro, este tipo de FPS parece convencido a manter uma fórmula simplória e preguiçosa; enquanto o mercado responder positivamente assim será. O desgaste deste método, no entanto, não está longe de chegar.

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